A vila de Alcoutim está sem médico há mais de dois meses, apesar da situação ter sido sinalizada pelo presidente da Câmara Municipal local, Osvaldo Gonçalves, junto das entidades com a tutela. A autarquia apresentou ainda alternativas para assegurar a prestação de cuidados de saúde primários à população.
A situação remonta a outubro passado, quando o concelho ficou «dependente do único médico disponível, colocado a mais de 30 quilómetros na Extensão de Saúde de Martim Longo, depois do encerramento injustificável da Extensão de Saúde de Vaqueiros em outubro de 2013», refere a nota de imprensa da autarquia.
Desde essa data, o autarca tem vindo a tentar resolver este problema com o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Sotavento e a Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve. Surgiu uma alternativa da ARS do Algarve, que recorreu à prestação de serviços de uma empresa, e colocou um médico de família na USF em Alcoutim. Esta solução era provisória e dependia de um novo contrato com a prestadora de serviços, em janeiro. A falta de verba e de autorização para efetuar despesa por parte do Ministério das Finanças impediu o processo.
A Câmara propôs-se a assumir a contratação do médico e, após autorização da ARS, providenciou a continuidade do profissional, mas dois dias antes de iniciar a prestação de serviços, Osvaldo Gonçalves foi contactado pelo ACES, que o informou «que a solução encontrada não estaria a ser muito bem vista e que não seria possível autorizá-la», sendo necessário esperar que a solução viesse da própria ARS. Após quatro meses desde o início do problema, não há solução, nem temporária, nem definitiva, e a população continua sem médico.