Numa visita à unidade de Portimão do Centro Hospitalar do Algarve, na sexta-feira, dia 9, Catarina Martins, coordenadora Nacional do Bloco de Esquerda (BE), referiu que esta estrutura, segundo a administração, teve «picos» de afluência ao serviço de urgência, que levaram à falta de resposta, motivada pela falta de profissionais, como já tinha sido noticiado. «A direção do hospital garante-nos que o problema estará resolvido, existindo «capacidade de resposta para o mais importante».
A dificuldade é a de fixar profissionais, «em boa medida pela concorrência desleal do sector privado, que está a ser alimentada por dinheiros públicos», porque os serviços são externalizados ao privado, explicou. «Não haverá nunca uma boa solução, enquanto continuarmos a alimentar o privado com dinheiros públicos, que depois acaba por ser concorrente do público», acrescentou. O outro problema será o facto de a progressão na carreira e o aumento de salário estar congelado «há tempo demais», sublinhou.
«Se o Algarve é dos sítios onde faltam mais profissionais é também onde o privado cresceu mais e à conta do público. No Algarve, por exemplo, toda a radioterapia é contratualizada com um privado. A imagiologia já o é, em parte, e temos a informação que poderá estar a ser estudada a passagem na totalidade», justificou.
Ainda que a visita se tenha realizado num dia em que os doentes encontraram algumas horas de espera no serviços de urgência, como o «barlavento» constatou, a coordenadora escusou-se a comentar esta demora, referindo que não se via à data grande concentração de doentes. «Não sou médica, não trabalho em saúde e não vou fazer uma avaliação que não me cabe fazer», comentou.
Em relação ao CHA e à reversão da fusão, a coordenadora nacional do Bloco de Esquerda considera que o partido foi «contra», porque «não teve nenhum estudo prévio», mas a decisão acabou por «enfraquecer as respostas do hospital de Portimão». No entanto, não esquece que houve decisões tomadas entretanto e que a simples separação significa muito pouco. «É preciso que haja investimento para que separação não signifique que Portimão fique com um hospital pequenino demais, porque a verdade é que a fusão não trouxe mais capacidade» a esta unidade, mas há meios partilhados, faz notar. «O Bloco de Esquerda sempre disse que o Hospital de Portimão deve ser autónomo, mas não defendemos um hospitalzinho. Defendemos meios e capacidade», argumentou.
No mesmo dia, também uma delegação do PCP, integrando o deputado Paulo Sá, visitou a unidade hospitalar.