As comemorações da celebração dos 30 anos de elevação de Loulé a cidade começaram cedo, na quinta-feira, 1 de fevereiro. Uma das novidades lançadas é que o município assume a conclusão da obra da circular norte da cidade. «Recebemos toda a Estrada Regional 270 que vai de Boliqueime até São Brás de Alportel» explicou Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé. A obra irá ligar a rotunda de Querença (junto ao Pavilhão Desportivo Municipal) até à rotunda das Barreiras Brancas, e permitirá a circulação automóvel numa extensão de 1772,371 metros, no eixo a norte de Loulé, o que contribuirá para aliviar o trânsito no centro urbano.
Assim, o município fica agora encarregue de intervir nos 16 quilómetros entre o nó de Boliqueime da A22 e a fronteira com o concelho vizinho de São Brás. No total, a conclusão da circular norte representa um investimento que ultrapassa os 3 milhões de euros, verba que não inclui as expropriações.
«Temos um desafio de enorme responsabilidade. Este contrato só foi possível porque existe uma nova solução governativa no país. Anteriormente, não havia clima político para abordarmos as instâncias decisoras ao nível central com questões desta natureza. Felizmente, as coisas mudaram e nós retomámos os nossos sonhos. É um projeto de grande ambição e com projeção para o futuro desenvolvimento do nosso concelho», referiu o autarca.
«A situação económica do concelho de Loulé permite-nos hoje dizer que não precisamos de dinheiro da administração central, o qual continua a ser um bem escasso. Só necessitávamos do acordo que agora assinámos, para podermos resolver nós, este problema», sublinhou.
De acordo com Joaquim Farrajota, diretor do departamento de obras e gestão de infraestruturas municipais e responsável pela apresentação do projeto da circular norte, esta «solução viária apresenta uma faixa de rodagem de uma a duas vias, toda ela de nível, onde se prevê, além da rotunda inicial (Querença e Ameixial), duas rotundas intermédias que farão a conexão entre duas estradas municipais que asseguram a ligação entre as povoações de Barreiras Brancas e de Pedragosa ao centro de Loulé».
Avenida do Atlântico em Quarteira também será concluída
Durante a efeméride, também mereceu destaque a apresentação da segunda fase da Avenida do Atlântico, que prevê a requalificação de mais um troço da EN396, entre o limite urbano de Quarteira e o Semino. Ficou estabelecido que as obras arrancarão após a entrega, por parte do governo ao município, do troço da EN396 entre as Duas-Sentinelas e a entrada de Quarteira.
Segundo Guilherme d’Oliveira Martins, a atribuição deverá avançar assim que «o Tribunal de Contas dê o seu visto para a desafetação dessa via à concessionária».
O secretário de Estado das Infraestruturas prometeu «fazer todos os esforços» para que «isso aconteça o mais brevemente possível».
Paulo Viegas, arquiteto responsável pela apresentação do projeto, explicou que «os objetivos passam por requalificar, preservando o maior número possível de árvores que ladeiam a EN396, como pinheiros e cedros de porte significativo, que caracterizam há muito esta via e que lhe dão ambiência e sombra. E também introduzir uma faixa de rodagem no sentido Quarteira-Loulé, ficando a estrada existente com duas faixas no sentido Loulé-Quarteira, tal como se verifica atualmente na Avenida do Atlântico. Queremos estimular formas de mobilidade suave, mais saudáveis e amigas do ambiente, como o uso de bicicletas, criando percursos confortáveis e funcionais, simultaneamente lúdicos e interessantes», revelou. A intervenção vai permitir um reforço da segurança – viária, ciclável e pedonal – e resolver o entroncamento com a Rua Altura de Maio, mais conhecido por «entroncamento da Guida».
Por fim, pretende-se dar «uma estrutura mais urbana à zona da rotunda da Vila Sol, onde existe edificado, iniciando-se uma primeira definição do que poderá vir a ser a zona do Semino», concluiu Paulo Viegas.
Parque das Cidades criará «nova centralidade regional»
O antigo projeto do Parque das Cidades, entre Faro e Loulé, que há vários anos não conhece qualquer avanço, merece agora um novo olhar por parte do executivo louletano.
Durante a sessão, o engenheiro Mário Alves apresentou um estudo prévio para um polo intermodal de transportes a instalar naquele espaço, que assenta sobretudo em duas ideias fundamentais. A primeira é centralizar o serviço ferroviário de longa distância numa «Estação Central do Algarve». A segunda é a implementação de um eixo de transporte público rodoviário entre Loulé, o Parque das Cidades e o Aeroporto Internacional de Faro, linha que para já tem o nome provisório de «Green Bus».
A proposta para o caminho-de-ferro é ambiciosa, pois terá que ser consertada com a administração central, REFER, ANA, e outros parceiros privados interessados. Mas poderá «reconfigurar a imagem que teremos do concelho. Estamos bastantes entusiasmados com este estudo que é bastante sólido. A ideia é potencializar a estação do Parque das Cidades, que já lá está e que é muito pouco usada», explicou Mário Alves. «Está devidamente equipada e em excelente estado de conservação» exigindo assim um «muito baixo investimento para transformá-la na futura Estação Central do Algarve», considerou.
Recuando a 2004, altura em que se «fizeram investimentos como o Estádio do Algarve», ainda existe um «plano e espaço para o Hospital Central do Algarve. A localização é muito favorável e servirá em simultâneo os polos urbanos de Loulé e Faro. No PROT antecipa-se uma centralidade regional rodo-ferroviária para esta área», previu. Segundo Mário Alves, «existem muitos planos para toda esta zona, como um futuro centro de congressos», salientou.
Vítor Aleixo frisou que «vários documentos estratégicos, a começar no PROT, apontam para a importância da ligação entre Loulé e Faro. Este projeto tem vindo a crescer ao longo dos anos e a ganhar capacidade crítica. O Parque das Cidades é um grande investimento que ainda está por concluir. Há um Plano de Pormenor aprovado, e lá há de nascer o Hospital Central do Algarve, porque os algarvios não vão desistir dessa bandeira. A nossa vontade há de ser mais forte que qualquer impedimento central ou político», assegurou.
O edil relembrou a importância do complexo comercial constituído pelo IKEA, MAR Shopping e Designer Outlet, e lembrou que está também aprovada uma «área de serviços e empresarial» nas proximidades, o Algarve Cluster Multiusos, «da responsabilidade de dois empresários louletanos».
Já Guilherme d’Oliveira Martins deixou uma garantia: «não obstante os conhecidos condicionamentos orçamentais, o governo mantém uma inequívoca aposta na materialização de um conjunto de intervenções estruturantes na rede rodoviária e ferroviária no Algarve, que visam uma efetiva promoção da economia regional, da coesão territorial e da qualidade de vida da população residente».
E, nesse sentido, inclui-se a «conclusão das obras de requalificação da EN 125 entre Vila do Bispo e Olhão, numa extensão aproximada de 110 quilómetros, bem como a conclusão, ainda este ano, dos projetos para a eletrificação da Linha do Algarve, nos troços Tunes-Lagos e Faro-Vila Real de Santo António», bem como o «arranque das respetivas empreitadas», por forma a tornar «a região cada vez mais atrativa para os residentes e para os turistas nacionais e estrangeiros, e pugnar para que seja dotada de uma rede de infraestruturas com melhor desempenho, ao nível da capacidade operacional e da segurança».
Oficina Viatura Móvel já ajuda população sénior
Depois de um período de testes e ajustes, já está operacional a «Oficina Móvel Loulé Sénior» que irá prestar serviços muito úteis aos munícipes mais idosos (idade igual ou superior a 65 anos). Trata-se de uma carrinha equipada com tudo o que é necessário para realizar pequenas reparações domésticas nas casas dos beneficiários do Cartão Municipal Sénior. A equipa de técnicos está preparada para executar trabalhos de carpintaria, eletricidade, serralharia e canalização.
Os serviços a prestar podem ser simples substituições de lâmpadas, tomadas, casquilhos, à substituição de vidros partidos, colocação de prateleiras em paredes, lubrificação de dobradiças e fechaduras, arranjo de torneiras, sifões, isolamentos e vedantes à base de silicones, entre muito outros. A agenda da «Oficina Móvel Loulé Sénior» será coordenada pela Divisão de Coesão Social e Saúde. Os pedidos podem ser solicitados através da linha gratuita 800 289 600, nos dias úteis, entre as 9 e as 13 horas, e as 14 e as 17 horas.
«Metrominuto» incentiva a descobrir Loulé a pé
Coube ao técnico municipal Pedro Guerreiro apresentar as linhas gerais do novo mapa sinótico «Metrominuto», que pretende estimular residentes e visitantes a caminhar por Loulé. «É uma experiência que vem de Espanha. Enquadra-se no combate às alterações climáticas e no âmbito da mobilidade sustentável. Teve a sua origem na Galiza e foi abraçado pela Rede de Cidades que Caminham, uma ideia nascida no país vizinho que em Portugal apenas existia, até agora, em Torres Vedras».
Na prática, o «Metrominuto» estará acessível para consulta da população e turistas em meios de publicidade estática espalhados pela cidade, e também pode ser consultado em formato digital (http://louleadapta.pt). Estará ainda disponível uma edição em formato mapa de bolso, a distribuir nos pontos de atendimento ao munícipe, pontos turísticos, escolas e comércio local. A consulta mostra, de forma clara e simples, as distâncias e os tempos aproximados para as caminhadas entre 30 localizações, tendo como base uma velocidade média de 5 quilómetros por hora. Assinala vários pontos de interesse como o Mercado, a Igreja Matriz, o Santuário Mãe Soberana, e o Centro de Saúde, num diagrama parecido a uma rede de metropolitano.