Um avião da companhia aérea holandesa Transavia aterrou de emergência no Aeroporto de Faro ao início da tarde de segunda-feira, 12 de novembro, escoltado por uma parelha de caças da Força Aérea Portuguesa (FAP), o que causou algum alarme social, embora sem fundamento.
O aparelho, um Boeing 737-8K2, registo PH-HZD, fazia o voo HV6630, tendo partido do Funchal, na ilha da Madeira, rumo a Amesterdão. Ao que o «barlavento» apurou, logo após a descolagem o aparelho, com 19 anos de idade, terá tido um incidente mas continuou a voar a uma altitude inferior à de cruzeiro por motivos de segurança e de forma a não pressurizar a cabine. Por precaução, a tripulação divergiu para Faro, onde aterrou sem qualquer dificuldade às 12h50. Cerca de uma hora depois, o avião seguiu viagem para a Holanda com 149 passageiros a bordo. Durante a rota para Faro, o B737 foi intercetado e acompanhado por uma parelha de F-16M da Força Aérea Portuguesa (FAP), aeronaves que estão em alerta permanente na Base Aérea nº 5, em Monte Real.
Na verdade, em menos de 24 horas, estes aviões militares acompanharam duas aeronaves civis em dificuldades. A primeira aconteceu na tarde de domingo, 11 de novembro, com um Embraer EJ 190LR da Air Astana a reportar «perda total» dos controlos após ter descolado de Alverca. O Embraer preparava-se para fazer o voo KZR 1388, tendo descolado de Alverca, onde teria estado a fazer reparações nas Oficinas Gerais de Material Aeronáutico (OGMA) às 13h21 com destino a Minsk, capital da Bielorrúsia, com seis pessoas a bordo. Durante duas horas, o aparelho da companhia do Cazaquistão sobrevoou a região a norte de Lisboa e o Alentejo, numa trajetória irregular e num padrão de voo bastante atípico. Chegou a ponderar-se uma amaragem forçada, antes de ter sido tomada a decisão de aterrar na Base Aérea nº 11, em Beja, manobra que foi auxiliada pelos F-16, e que só teve sucesso à terceira tentativa.
Na segunda-feira, os caças voltaram a desempenhar uma missão semelhante, ao escoltar o Boeing holandês até Faro. No decurso destas ocorrências, a FAP «ativou ainda todo o seu sistema primário de Busca e Salvamento». O ministro da Defesa João Cravinho publicou na rede social tweeter que «é muito raro ter duas emergências em dois dias, mas a FAP estava preparada».