O município de Albufeira revelou na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) que irá acolher o 17º Congresso do Conselho Europeu das Confrarias Enogastronómicas (CEUCO), evento agendado para os dias 8 e 10 de novembro, que e vai decorrer pela segunda vez naquela cidade algarvia (a primeira foi em 2011). O anuncio foi feito aos jornalistas, na quinta-feira, 14 de março, no stand da Região de Turismo do Algarve (RTA).
Talvez seduzido pela cataplana acabada de confecionar, considerada uma das «Sete Maravilhas à Mesa» no último ano, José Manuel Alves, presidente do comité organizador deste Congresso, e vice-presidente da CEUCO, disse esperar a participação de cerca de 100 confrarias, da Europa e de Macau, num total superior a 700 pessoas, números que fazem deste evento, «talvez o maior» do género até aqui realizado.
Portugal é um dos motores que propulsiona o CEUCO, a par da Espanha, França e Itália. Mais tarde juntaram-se a Hungria, a Grécia, a Bélgica e Macau. O Algarve não é inexperiente nesta matéria, pois a região tem visto nascer algumas novas como a Confraria Gastronómica da Serra do Caldeirão e a Confraria Marinha da Ria Formosa, fundadas em novembro e dezembro de 2018, respetivamente.
Todas têm como objetivo «enaltecer os produtos regionais», segundo explicou José Carlos Rolo, presidente da Câmara Municipal de Albufeira, que será também o anfitrião.
O autarca destacou também que será uma oportunidade para o «fortalecimento» da economia local, já que o evento irá proporcionar um «convívio saudável» entre quem «aproveita para passar mais dias por cá, não se limitando apenas ao programa» oficial do Congresso.
A pensar em quem acompanha os congressistas, o município de Albufeira vai «organizar passeios culturais também para fora do concelho, para que todos os visitantes possam conhecer um pouco mais do Algarve», revelou.
Para sábado, dia 9 de novembro, «está previsto um almoço de partilha, no qual todas as confrarias apresentam produtos da sua região, dando a conhecer os patrimónios que representam e defendem», disse ainda. Rolo afirmou ainda que a gastronomia é uma «aposta transversal» a todos os concelhos da região e pediu motivação para «continuar a manter o Algarve como destino turístico de eleição».
Já João Fernandes, presidente da RTA e da Associação de Turismo do Algarve (ATA), confidenciou que o «desejo» de atrair este congresso, começou no ano passado, à saída do último realizado na Grécia, sendo que «o município de Albufeira aceitou logo a primeira proposta para o organizar».
Carlos Martin Cosme, presidente da CEUCO, expressou em castelhano o seu «agradecimento» a Portugal por se «abrir ao mundo», destacando o «muito» que aprende com o nosso país, até porque «Portugal tem das melhores conservas do mundo». Alertando para a dificuldade que é conseguir vencer o «concurso» para ganhar a realização deste evento, Cosme congratulou o esforço das entidades algarvias, e revelou que provar os «sabores do mar português», é qualquer coisa de «mitológica». Antevendo a expetativa, Carlos Martin Cosme rematou que «a partir de agora, neste meio, falar-se-á de Albufeira e de Portugal».
Incerteza do Brexit alavanca procura de alternativas
«A incerteza nunca é boa», admitiu ao «barlavento» José Carlos Rolo, presidente da Câmara Municipal de Albufeira, que tem acompanhado os avanços e recuos da saída do Reino Unido da União Europeia. «Ninguém entendeu ainda o que vai acontecer», mas no mesmo dia em que o Parlamento britânico aprovou o adiamento do Brexit para 30 de junho, Rolo afirmou que tem procurado divulgar o concelho noutros mercados alternativos para evitar «grandes convulsões» num concelho que vive quase em exclusivo do turismo.
Para o autarca «seria bom manter» a procura inglesa, mas a equação do Brexit poderá causar danos colaterais na Irlanda, um mercado emissor que «pode ficar prejudicado». Segundo José Carlos Rolo, o executivo municipal tem procurado frequentar feiras internacionais na Dinamarca, Bélgica, França e Espanha, para minimizar os efeitos do Brexit e mostrar que o concelho está receptivo outros operadores europeus.