A 16ª edição do Festival MED, de 27 a 30 de junho, ganha um novo palco no Largo D. Afonso III, tendo as muralhas do Castelo de Loulé como cenário de fundo. O Palco Castelo também terá um novo conceito e a vertente ecológica do evento será ainda mais reforçada segundo avançou Carlos do Carmo, vereador da Câmara Municipal de Loulé, e também diretor do MED, na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), na quinta-feira, 14 de março.
Segundo revelou Pedro Pimpão, vice-presidente da autarquia, o MED tem cada vez mais um «enorme impacto» na região, sendo já responsável por um aumento na ordem dos «50 por cento nos alojamentos e nos estabelecimentos de restauração», durante os dias de festival.
Em relação ao cartaz de 2019, a sétima arte junta-se de forma mais proeminente ao cartaz desta «viagem intercultural», com um lugar de destaque entre as artes plásticas, a poesia, a animação de rua e o artesanato, e a música. Ou seja, deixa de ser apresentado como uma aposta complementar apenas nos dias que antecedem o evento para ganhar uma outra dinâmica, segundo explicou Rui Tendinha, crítico que colabora com a Antena 3 e a SIC e que será o curador do Cinema MED.
«Antes de cada concerto será apresentada uma curta metragem, que desafia o público a ter um olhar transversal», num «diálogo de artes». No último dia de MED, 30 de junho, está prevista a estreia, no Castelo, do filme «Gabriel e a Montanha», de Filipe Bragança, «uma das produções mais importantes do cinema brasileiro nos últimos anos», revelou Rui Tendinha.
Na edição deste ano, pelos 10 palcos montados na zona histórica de Loulé, serão mais de 80 horas de música, com 280 artistas oriundos de 22 países. Trinidad e Tobago e Haiti (ambos países do Caribe) vêm pela primeira vez ao MED.
Entre os nomes confirmados até ao momento, contam-se vários do panorama musical português com Gisela João, Dead Combo, Diabo na Cruz, Cais do Sodré Funk Connection e o algarvio Dino D’Santiago.
Do «país irmão», o Brasil, chega Marcelo D2. De Espanha vem a cantora e compositora Marinah, que foi durante vários anos a cara do grupo Ojos de Brujo, enquanto de Itália vêm as sonoridades reggae dos Mellow Mood.
No entanto, há um projeto que destaca na totalidade da índole multicultural do MED: The Turbans, um coletivo em estreia absoluta em solo português e que mescla artistas da Bulgária, de Israel, do Irão, da Grécia, da Turquia e também do Reino Unido.
Selma Uamusse, artista moçambicana que se apresentou há quatro anos no MED, numa altura em que ainda não tinha qualquer trabalho editado em nome próprio, está de regresso. A cantora marcou presença na BTL onde teve a oportunidade de agradecer «o privilégio de poder fazer parte deste festival que tem tanta qualidade», agradecendo «a confiança» e prometendo dar o seu «melhor». Não será difícil, até porque os últimos concertos que deu em Loulé foram muito elogiados pelo público.
No dia anterior (13 de março) a esta apresentação em Lisboa, o MED ganhou a distinção «Contributo para a Sustentabilidade na Península Ibérica», nos Iberian Festival Awards 2018. Uma vertente que a organização quer reforçar. Neste momento já estão a ser trabalhadas novas iniciativas que se irão juntar às já existentes como o copo ecológico, o movimento «Zero Desperdício», os painéis fotovoltaicos, e os pontos de distribuição gratuitos e eficientes de água. Carlos do Carmo concluiu assegurando que «todos os eventos que realizamos na Câmara Municipal de Loulé estão alinhados com a nossa política ambiental».