Entre agosto e setembro haverá cinco descidas ao complexo mineiro da CUF, a 230 metros de profundidade, abertas ao público, no âmbito do programa nacional de geologia de verão promovido pela Ciência Viva. As incrições já estão abertas.
Este ano, o programa de Ciência Viva no verão tem uma série de propostas para o Algarve. Um destaque do calendário (de 15 de julho a 15 de setembro) é a oportunidade de visitar e conhecer a famosa mina de sal-gema de Loulé. A iniciativa tem o aval da CUF Químicos Industriais SA, empresa que detém a exploração deste domo salino subterrâneo desde a década de 1960, para variados fins. No total, serão cinco visitas agendadas para os dias 16 e 18 de agosto, e também para os dias 11, 13 e 15 de setembro, sempre às 20 horas. A única condição é que os interessados tenham pelo menos 16 anos de idade. Cada descida terá uma duração média de 3h45. Na mina serão prestadas explicações sobre a formação e desenvolvimento do depósito mineral de sal-gema comprovadas com factos geológicos visíveis, bem com da atividade mineira e da necessidade de sal-gema na ação humana.
A viagem até ao interior da mina começa na jaula – um elevador montado na torre que foi construída no topo de um dos poços de acesso à mina. Daí até às profundezas da terra demoram-se quatro minutos, em que a obscuridade, apenas é rompida pelos feixes das lanternas mineiras. A próxima paragem fica a 230 metros de profundidade. Cada visita é guiada por Alexandre Andrade, engenheiro diretor técnico da mina, que faz esta viagem quase todos os dias. No fundo, as condições são muito estáveis. A temperatura mantém-se nos 23 graus e a humidade escasseia. Os corredores abertos na rocha têm de quatro metros de altura e cerca de dez metros de largura. E, desde que aqui se começou a minerar o sal-gema, já se abriram quase 40 quilómetros de galerias. A utilização dos explosivos civis foi banida e, na frente de exploração, o desmonte do sal é feito por roçadoras – máquinas que tornam o trabalho mineiro muito seguro. Até há algumas décadas, todo o sal aqui extraído era usado na produção de cloro. Hoje, é aplicado no degelo das estradas e na alimentação animal, como aditivo das rações.
O sal, depois de desmontado e recolhido pela roçadora, segue por camião para a crivagem e moagem. É a única transformação que esta matéria-prima aqui sofre. A granulação final irá depender da finalidade a que se destina. Só depois é carregado e enviado para a superfície.
Por ano, esta mina da CUF tem a capacidade de extrair até 100 mil toneladas de sal, se necessário. A tal ritmo, haveria sal suficiente para os próximos três mil anos de exploração industrial. Toda este maciço se formou ao longo de um período de 230 a 150 milhões de anos. O continente estava bastante mais recuado e existiu, neste local, um cordão de lagunas litorais inseridas num mar embrionário pouco profundo – o Mar de Tethys. As inscrições podem ser feitas aqui.