A Comissão de Utentes da Via do Infante (CUVI) vai intensificar as ações para a eliminação das portagens antes do verão. «O Algarve não pode voltar a viver um mês de agosto com uma média de 50 acidentes de viação por dia», garante este movimento, em nota enviada às redações. Segundo dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), ocorreram em 2016, 10241 acidentes de viação no distrito de Faro, o quarto pior a nível nacional.
«Assim, no ano passado, houve mais 751 acidentes do que em 2015 e mais 1903 do que em 2014, com 31 vítimas mortais e 158 feridos graves». Este ano, a situação agravou-se. Entre 1 de janeiro e 21 de fevereiro há registo de 1132 acidentes, mais 79 do que em igual período de 2016, e mais 123 do que em 2015. A CUVI fala em «sangue derramado», e considera que «além de trágico, é uma vergonha» para a «principal região turística do país, quando ainda por cima, a Via do Infante foi construída com verbas provenientes de financiamentos europeus».
A atual concessão da A22 (por parceria público-privada) é um «escândalo que este governo ainda não teve coragem de acabar». Assim, a CUVI vai pedir uma audiência ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para que reúna com «uma delegação alargada» que inclua também empresários, autarcas e outras entidades do Algarve.
Será também solicitada uma audiência ao primeiro-ministro António Costa, e elaborado um manifesto regional pela eliminação das portagens, a subscrever por diversas entidades do Algarve. A comissão quer ainda abrir um «inquérito independente ao contrato» da concessão da A22.
O estudo será elaborado por «entidades independentes, sobre as consequências e o impacto negativo das portagens no Algarve, a nível económico, social, na mobilidade e no Serviço Nacional de Saúde».
Este verão, os governantes que se deslocarem à região, serão recebidos com manifestações de protesto. Por fim, a CUVI quer promover uma grande marcha lenta de viaturas e ciclistas pela EN125, no dia 17 de abril, entre as Quatro-Estradas e Lagoa, com partida às 15 horas, junto ao Restaurante «Zé do Norte», que acolherá também um almoço com debate.