Na gala do segundo aniversário da associação empresarial e sociocultural Algfuturo, que decorreu no fim de semana passado em Faro, o dirigente José Vitorino, destacou que «em virtude do elevado número de visitantes, sobretudo no verão, foi-se consolidando no país uma certa ideia de que o Algarve não tem grandes problemas e até é privilegiado em relação a outras regiões», o que «infelizmente para o Algarve, é uma ideia errada e desmentida pelos dados oficiais».
Baseando-se em dados recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) a nível de Desenvolvimento Regional apresentados na gala, o presidente manifestou preocupação, sublinhando que a região «não é privilegiada». «Pelo contrário, no conjunto das cinco regiões NUT II do Continente, é a que regista mais baixo índice de desenvolvimento global, que agrega os índices de competitividade, coesão e qualidade ambiental. Estes dados confirmam no essencial as posições tomadas pela associação até agora», resumiu. José Vitorino aproveitou a efeméride para recusar «lamechices» e avançar «que o caminho é o trabalho árduo, para melhorar ao máximo e, ao mesmo tempo, com uma grande parceria regional, convencer o poder central e a União Europeia que as terapias e poucas verbas dos fundos comunitários têm prejudicado e injustiçado a região, justificando outras políticas».
Durante a gala, a Algfuturo homenageou o ex-deputado Cristóvão Norte e o empresário e ex-emigrante Franklin Rosa, dirigente e sócio- fundador da Algfuturo, ambos falecidos. Foi ainda realizado um minuto de silêncio pelas vítimas dos incêndios de Pedrogão Grande.
A associação celebrou ainda um protocolo com a Associação Académica da Universidade do Algarve, para valorização dos alunos e integração na vida das empresas e da sociedade, através de reflexão conjunta sobre temas relevantes para a região, parcerias em iniciativas das partes e ligação ao mercado do trabalho para efeitos de emprego e estágios.
Francisco Serra, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, fez também um balanço sobre os fundos comunitários do quadro anterior (todos utilizados) e do atual.