No Algarve, a Marcha Mundial do Clima, marcada para sábado, dia 8 de setembro, terá início às 17 horas, no Largo da Sé, em Faro. A iniciativa conta com a presença do PAN – Pessoas – Animais – Natureza, através do deputado municipal Paulo Baptista e também do Bloco de Esquerda (BE) com a presença do deputado João Vasconcelos. A mobilização internacional Rise for Climate pretende exigir «uma transição justa e rápida para as energias renováveis e zero infraestruturas novas, nem em Aljezur, nem em Aljubarrota».
O Bloco de Esquerda associa-se a esta mobilização que exige «um mundo livre dos combustíveis fósseis, em que as pessoas e a justiça social estejam acima dos lucros».
Já o PAN junta-se à mobilização sob o mote «Parar o petróleo! Pelo clima, justiça e emprego!». As preocupações ambientais do PAN têm-se vindo a destacar desde o início da legislatura. O partido questionou recentemente o Ministério do Mar sobre o que fundamentou a apresentação de recurso que visa travar a decisão de suspensão da exploração de hidrocarbonetos em Aljezur, tomada pelo Tribunal Administrativo e Fiscal de Loulé no passado dia 2 de julho, decorrente de providência cautelar intentada pela PALP.
Em causa estão os mais recentes desenvolvimentos por parte do governo que, no dia 14 de agosto, apresentou recurso para travar a decisão do Tribunal de Loulé que suspendia preventivamente todas as ações do consórcio ENI/GALP, ao largo de Aljezur, visto que não existiam argumentos que justificassem o interesse público para além dos alegados pelo Governo de interesses económicos e contratuais.
Dando continuidade ao trabalho que tem sido desenvolvido, o PAN tem apostado de forma convicta em relações de proximidade com cidadãos e está a mobilizar todos aqueles que, de alguma forma, se reveem na necessidade de repensar o modelo socioeconómico de crescimento infinito, uma impossibilidade física que conduz à degradação do planeta.
Nesta Marcha Mundial pelo Clima, o partido junta-se assim a um movimento global de alerta e sensibilização dos líderes políticos e das instituições nacionais e internacionais para a urgência de travar e de minimizar as catastróficas alterações climáticas que já são uma realidade. O objetivo será, tal como proposto pela organização, alcançar uma vez mais a maior mobilização pelo clima de sempre.
Também a Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP) junta-ao protesto que decorrerá também em simultâneo em Lisboa e Porto, na defesa de acções e medidas concretas de contenção das alterações climáticas, associadas ao uso de combustíveis fósseis, por um País livre de explorações de hidrocarbonetos e por uma rápida transição para as energias renováveis.
«Exigimos uma rápida transição para as energias renováveis ao encontro dos compromissos governamentais de Portugal para a neutralidade de CO2 até 2050 e cumprimento do Acordo de Paris.
Continuamos a exigir o fim da ameaça de novas perfurações de prospecção de combustíveis fósseis em Portugal. Não faz sentido iniciar um ciclo de investimentos baseado numa economia do passado, prejudicando o clima, quando o país se comprometeu com o contrário, sabendo que se forem queimadas todas as reservas já existentes, arriscamos a vida no planeta, no que já é de resto, conhecida como a sexta extinção em massa», justifica a PALP.
«Por isso e pelas condicionantes específicas regionais e nacionais, continuamos a recusar a ameaça dos projetos de petróleo ao largo de Aljezur e Costa Vicentina e de gás em Aljubarrota e em outras zonas concessionadas ou passíveis de o ser».
A marcha em Faro iniciar-se-á no Largo da Sé pelas 17 horas, seguindo por um percurso de cerca de dois quilómetros até terminar na zona frente ao palco da doca de Faro, onde haverá lugar a breves discursos e esclarecimentos.