A capacidade do refeitório do Centro Escolar de Lagoa, junto ao Largo do Convento de São José, é muito diminuta para a quantidade de alunos que frequentam o espaço. São no total 450 estudantes. Por ser também uma necessidade sinalizada pela Câmara Municipal será investido um valor acima de um milhão de euros para dotar a zona de refeições de todas as condições prioritárias.
«É outro problema que está identificado na nossa carta educativa. Este refeitório já não dá resposta à comunidade escolar que ali está, que integra jardim de infância e primeiro ciclo. As crianças têm que comer por turnos, estão em salas separadas o que, muitas vezes, torna complicada a vigilância», descreveu Francisco Martins, presidente da Câmara Municipal de Lagoa, em declarações ao «barlavento».
Avançará, assim, um projeto de ampliação do refeitório, que permitirá que as crianças fiquem sentadas de frente para a cozinha, para quem está a vigiar os pequenos alunos, facilitando e agilizando o serviço de refeições.
«Criaremos uma série de condições de higiene e segurança. Esta zona também é muito antiga e não tem, por exemplo as salas de sujos ou o equipamento adequados», justificou o edil.
Aproveitando esta ampliação, a autarquia também mudará a localização da Sala de Ensino Especial, criando melhores condições de aprendizagem.
«Terá uma nova cara, com alguns elementos arquitetónicos que deixam transparecer alguma modernidade», sublinhou Francisco Martins.
Neste caso, o projeto quase está concluído e a postos para lançamento. Ainda assim, passará pelos trâmites normais de concurso público, sujeito a visto do Tribunal de Contas. «Mesmo que ainda se consiga lançar em setembro, com aprovação da Assembleia Municipal, é uma obra que nunca começará antes de abril ou maio de 2018. Deverá demorar cerca de um ano, por isso, só estará perfeitamente operacional no ano letivo 2019/2020», estimou o autarca.
Em comparação com o Centro Escolar da Mexilhoeira da Carregação, no estabelecimento de Lagoa a obra terá um inconveniente que não existe na anterior.
«Esta tem um constrangimento, apresentado aos pais na sessão que fizemos em Lagoa, que é que enquanto houver obras no refeitório, as crianças terão que comer numa situação improvisada», adiantou. Ou seja, serão montados contentores próprios, com cozinha e todo o equipamento necessário, no polidesportivo, situado na parte detrás da escola. Durante o período de intervenção o refeitório terá que funcionar nesse local. «São contentores próprios, que nada têm a ver com os das obras, devidamente climatizados e equipados. Tudo é previamente tratado», afiançou Francisco Martins.
Em Lagoa, a autarquia joga com a interrupção letiva de verão para fazer a grande parte de obras, não tendo que fazê-las enquanto decorrem as aulas, como partir paredes.
O atual edifício foi construído em 1971, tendo sofrido intervenções ao longo dos anos sem que tivesse sido efetuado um estudo aprofundado. O refeitório desta escola funciona em dois espaços separados, enquanto o novo projeto prevê a criação de um espaço amplo, com 400 metros quadrados, que permitirá servir as refeições todos os dias aos 450 alunos. Essa ampliação será conseguida com a reorganização dos espaços.
Por outro lado, como será demolida a sala de ensino especial, nesse espaço será criada uma sala polivalente com 125 metros quadrados, destinada a atividades sociais e culturais, com palco. A sala de ensino especial passará para um espaço com 70 metros quadrados, mais um terço do que a área atual. O projeto primará ainda pela entrada de luz natural na cozinha e áreas de copa, ficando os funcionários com uma entrada de serviço na zona sul.
Será ainda criada uma rampa para quem tem mobilidade reduzida junto aos degraus que dão acesso à zona de recreio.