A ementa de estreia da nova cozinha da Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes, em Portimão, agradou aos estudantes que esperavam, à porta da cantina, na terça-feira, 7 de fevereiro. Terá sido por ser dia de lasanha ou apenas pela curiosidade de ver o refeitório renovado, a verdade é que a sala encheu-se de jovens que, ao toque para o almoço, esperavam que os convidados vissem as melhorias, para depois poderem entrar e encher a sala com conversas paralelas típicas de quem frequenta o secundário.
Já antes tinham tido lugar os discursos e a visita à copa, onde o inox brilhava e as três funcionárias davam despacho a tabuleiros e panelas enormes de comida. A média diária é de 300 refeições, exceto quando o menu é peixe cozido.
«Esta é a nossa segunda casa. Poder-se-á pensar que a inauguração da remodelação da cozinha não é muito importante, mas é para o pessoal que, todos os dias, aqui dá o seu melhor e este é um bom exemplo de cooperação», começou por explicar Maria Cortes Rosa, professora e presidente da Comissão Administrativa Provisória da Escola.
A intervenção, agora inaugurada, mereceu a colaboração da Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares (Direção de Serviços da Região do Algarve), do Agrupamento de Escolas Manuel Teixeira Gomes e da Câmara Municipal de Portimão. Por isso, a presidente não quis deixar passar a oportunidade de sublinhar o modelo de parceria, com a autarquia, que já se estende às atividades culturais e também aos responsáveis da anterior Comissão de Gestão por terem desencadeado o processo de obra.
Também Isilda Gomes, presidente da Câmara Municipal de Portimão, enalteceu o empenho do delegado regional de Educação do Algarve Francisco Manuel Marques no investimento feito. «Sei que, numa altura em que há pouco dinheiro, é preciso fazer opções, mas nesta área, pela qualidade, é fundamental, porque isso reflete-se também na saúde dos nossos jovens e professores», afirmou Isilda Gomes. Aliás, a autarca disse que, às vezes, «é preferível ter o chão pior numa sala ou piores mesas do que terem uma cozinha degradada como tinham», ilustrando assim a importância desta intervenção.
Por outro lado, destacou também o trabalho desta Comissão de Gestão ao ter encontrado uma solução para aquele problema de degradação. «Não que tenha tido nenhum problema com a anterior Comissão, mas obviamente há formas diferentes de trabalhar. Entendo que a melhor é a de cooperação e, sobretudo, a pro-atividade em resolver as coisas, em vez de criar problemas».
Dois responsáveis pela anterior Comissão demitiram-
-se destas funções no início do ano letivo, por considerarem haver falta de condições nos recursos humanos, tendo sido necessário instalar uma Comissão provisória.
Falando de um tema que é caro a Isilda Gomes, a educação, devido à formação profissional, a edil disse que sabe que as situações são difíceis. «Eu sou professora, conheço muito bem os problemas dos colegas e das escolas. Aliás, reconheço que os professores hoje fazem um trabalho extraordinário e considero que não deveriam ter determinado tipo de responsabilidades. Deviam fazer aquilo para que foram formados que é trabalhar com os alunos e, muitas vezes, perdem muito tempo com burocracia», argumentou.
Francisco Manuel Marques explicou, por seu turno, que para a DGEstE aquela inauguração foi um momento importante. «Acaba um ciclo e estamos na disposição de começar outro», afirmou o delegado regional, aproveitando para anunciar que as intervenções na Secundária Manuel Teixeira Gomes são para continuar. O estabelecimento «precisa que requalifiquemos, reajustemos, adaptemos a rede de águas, que tem grandes problemas, e que está sinalizada já para este ano de 2017», avançou.
Para causar o mínimo impacto, os moldes dessa intervenção serão diferentes do que aconteceu neste caso. «Vamos tentar despoletar os procedimentos para, quando acabarmos o ano escolar, podermos arrancar com a obra e para que, no início do próximo ano letivo (2017/2018) já os alunos estejam na escola sem obras», explicou.
Devido aos constrangimentos causados por esta obra da cantina, o delegado regional agradeceu a paciência dos pais, alunos e funcionários, porque quem frequenta a escola teve de ir a outros locais comer, às vezes com chuva, sol ou frio. Francisco Marques mostrou-se ainda satisfeito com a colaboração entre funcionários da Direção de Serviços e da Câmara Municipal, tendo ainda enaltecido o esforço do diretor cessante Telmo Soares, a anterior diretora interina Ana Candeias e, agora a presidente da Comissão provisória Maria Cortes Rosa.
Aluna da Major David Neto surpreende com exposição de fotografia
Júlia Garrancho tomou a iniciativa de propor que a biblioteca da escola que frequenta, a EB1 JI Major David Neto, do Agrupamento de Escolas Manuel Teixeira Gomes, em Portimão, fosse o local de estreia da exposição de fotografias que tirou num passeio com o avô em Odeleite, no concelho de Castro Marim. A escola não rejeitou a ideia e na terça-feira, 7 de fevereiro, a jovem estudante de 10 anos inaugurou uma mostra que surpreendeu, tanto os colegas, como professores e entidades convidadas, como vereadores, presidente da Junta de Freguesia de Portimão, diretores de agrupamentos da cidade, e até o delegado regional de educação do Algarve. Aliás, Isilda Gomes, presidente da Câmara Municipal de Portimão, desafiou-a, inclusive, a um dia, quando Júlia tiver um conjunto maior, a ser uma das artistas a expor na Casa Manuel Teixeira Gomes, um dos locais de referência na cidade.
A responsável pela biblioteca escolar explicou que, naquele espaço, são desenvolvidas atividades com as turmas de apoio ao currículo na área da leitura, mas também há espaço para iniciativas com os pais e famílias. Mostrou-se surpresa por ter sido abordada há cerca de um mês pela professora da jovem, que frequenta o quarto ano, com a proposta da exposição.
Com a ajuda do avô José Garrancho, com quem a jovem partilha o gosto por tirar fotografias, a mostra tornou-se realidade. «Fiz uma exposição sobre a Casa de Odeleite. As fotografias mostram os tempos antigos, as casas de antigamente. Temos as cadeiras, os rádios, as mesas, as malas de viagem, os fornos do pão, vários jarros», descreveu aos convidados.
É, portanto, um olhar diferente das memórias que subsistiram no tempo naquele espaço, onde é possível imaginar como viviam as pessoas há algumas décadas. O seu olhar, o ângulo que considerou ser o melhor e o facto de recusar a edição das fotografias mais tarde tornam elevados os resultados que conseguiu obter do alto dos seus 10 anos.
Aliás, o avô explicou que Júlia o acompanhou naquela visita ao espaço em Odeleite e que a jovem tomou a dianteira na visita registando na máquina compacta a sua visão dos objetos, através do enquadramento e ângulo que quis.
A presidente da Câmara Municipal de Portimão falando com Júlia disse-lhe que «ver uma aluna que tem um hobby como este da fotografia, é um orgulho. Nós, às vezes dizemos, esta juventude, esta juventude… E o facto é que esta juventude é linda. Quero dizer-te que adorei o teu trabalho. São umas fotos lindas». Isilda Gomes sublinhou ainda que as fotos permitiram que, ao olhar para elas, seja possível imaginar «as pessoas sentadas à mesa ou quantas pessoas comeram naqueles pratos».
Mas o mais importante é que esta iniciativa da jovem pode ser uma porta aberta para a motivação de outros alunos a apresentar os passatempos ou interesses que têm perante os colegas. Júlia Garrancho, antes da inauguração, já tinha estado na sala a explicar aos colegas o que eram os objetos nas fotografias, o que representavam e como eram utilizados no antigamente.
Antes de deixar a exposição, a autarca avisou Júlia de que queria ver mais fotos dela e deixou uma palavra de incentivo a quem quiser tomar o exemplo da aluna.