A notícia caiu com alguma tristeza. António Branco, o atual reitor da Universidade do Algarve não se vai recandidatar a um segundo mandato à frente dos destinos da academia. Em comunicado, enviado a toda a comunidade académica, o magnífico deixou muito claro que «devo regressar à base e às atividades de ensino e de investigação onde, retomando uma vida liberta do ritmo e das pressões próprios desta função, poderei recuperar a força necessária para continuar a ser útil à Universidade e à sociedade. Tenho manifestado a minha opinião crítica e continuarei a fazê-lo, com base na experiência que adquiri sobre o nosso modo de funcionamento e as nossas características internas, as políticas públicas relativas ao Ensino Superior, o panorama internacional, nomeadamente o europeu, que dita muitas dessas políticas em função de opções de que discordo».
«Conforme tive a oportunidade de explicar na intervenção que fiz em dezembro, na cerimónia de celebração do Dia da Universidade do Algarve, tenho estado a analisar os fatores internos, externos e pessoais em que decidi basear a posição a tomar quanto ao ato eleitoral do final do ano, em que será escolhido o reitor para o período compreendido entre dezembro de 2017 e dezembro de 2021. Ponderadas longamente essas três dimensões, estou em condições de anunciar que não me candidatarei a um segundo mandato. Faço-o desde já porque considero que devo dar tempo a todos aqueles que, eventualmente, estivessem a aguardar a minha decisão para procurarem e encontrarem as melhores soluções de liderança institucional para o mandato seguinte», lê-se ainda no documento.
António Branco diz ter afirmado «desde a primeira intervenção enquanto reitor, que a minha vocação principal é ensinar e investigar, atividades que suspendi de muito bom grado em nome do exercício deste cargo, que assumi com sentido de missão. Ora, sempre que, ao longo da reflexão que fiz durante estes meses, imaginei os próximos quatro anos da minha vida, percebi que a vontade de voltar a ensinar e investigar se tinha tornado demasiado forte e que é isso que o meu corpo e o meu espírito (naturalmente) muito cansados me pedem insistentemente. E assim se foi tornando cada vez mais claro que não tenho condições pessoais para me propor renovar por mais quatro anos, compromisso assumido com a instituição em dezembro de 2013», sublinha.
Em jeito de despedida, António Branco deixa ainda uma mensagem: «a todos aqueles que, dentro e fora da Universidade, preferiam que eu me recandidatasse e que, ao longo dos últimos meses, mo fizeram sentir, expresso a minha mais profunda gratidão pela confiança que nunca deixaram de depositar nas minhas ideias».