A britânica Margaret Edythe Thompson, 86 anos, ex-professora primária, viúva, residente em Newcastle Under Lyme acaba de completar 100 viagens ao Algarve, mantendo-se fiel ao destino desde a primeira vez que passou férias em Lagos com o marido, em 1978.
Por isso teve direito a uma recepção surpresa, ao final da tarde de segunda-feira, 15 de outubro, à saída do voo EZY 6445 da easyJet.
Esperavam-na João Fernandes, presidente do Turismo do Algarve e Alberto Mota Borges, diretor do Aeroporto de Faro. A iniciativa partiu de Colette Kent, administradora do Luz Beach Apartments, que reconheceu o já longo amor da sua hóspede pela região. Só naquela unidade, construída em 1983, já ficou hospedada cerca de 40 vezes.
Em conversa com os jornalistas, Margaret Thompson, contou a como tudo aconteceu. «A primeira vez que vim ao Algarve com o meu marido, ficámos nos apartamentos Ventura, mesmo por cima do Mercado de Escravos, em Lagos. A Messe Militar ficava no lado oposto. Estávamos em abril de 1978, em pela guerra civil de Angola. Os portugueses não passavam fome, mas as coisas estavam difíceis. Um idiota tentou rebentar a messe com um carro armadilhado que rebentou as janelas do nosso quarto e fez uma cratera na estrada. Foi numa segunda-feira à noite. Tivemos de ser evacuados para o Hotel Golfinho, que já não existe. Pensei muitas vezes que esta estranha introdução ao Algarve talvez me desencorajasse de alguma vez cá voltar. Mas não», contou aos jornalistas.
E o que a fez regressar tantas vezes? «Para ser sincera, foram as pessoas. Já estive no Clube Baía da Luz e também no Holiday Inn Algarve em Armação de Pera mais de 31 vezes! Fiquei em Vale do Lobo e em Albufeira. Mas o que me motiva a voltar é o povo português. Aqui senti-me sempre bem-vinda. As pessoas são muito amáveis». Durante as estadias, Margaret gosta de caminhar na praia, jantar fora, relaxar, e não dispensa o frango piri-piri e os pastéis de nata. Questionada sobre se gostou da surpresa, respondeu, à boa maneira britância: «I’m flattered!».
Em relação ao Brexit, Thompson diz que votou contra, até porque apoiou Geoffrey Rippon, o parlamentar conservador que abriu caminho à integração do Reino Unido na Europa em 1973.
Se vai regressar em breve? «O meu agente de viagens disse-me que se reservasse já para o dia de ano novo, apenas custaria 44 libras. Portanto, disse-lhe para reservar o voo e perguntar ao hotel se tem quartos disponíveis a 1 de janeiro. Assim fez. Recebeu logo uma resposta a dizer: temos sempre um quarto para a Margaret!»
João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve veio pessoalmente «celebrar o facto de uma senhora com 86 anos vir pela centésima vez ao Algarve. Significa que há uma ligação afetiva que ultrapassa a procura por um destino. Apesar da bonita idade e de já conhecer muito bem a região, regressa e fica em estadias prolongadas, entre duas a cinco semanas. É uma pessoa que gosta de estar entre nós, faz sentido que também temos apreço por essa escolha», disse aos jornalistas.
«Estaremos sempre cá para acolher as pessoas e para dar seguimento à boa vontade do operador. Faríamos o mesmo se fosse com um turista de outra nacionalidade, mas naturalmente, sendo uma senhora britânica, há um carinho especial» por ser talvez o país mais fiel ao Algarve.
Colette Kent, administradora do Clube Baía da Luz, sublinha «admiração para com o Turismo do Algarve e principalmente para o seu presidente João Fernandes, porque realmente o meu pedido foi muito bem recebido e adorei o entusiasmo com que ele desempenhou a operação toda».
«Parece-me ser mesmo boa pessoa e estou confiante que vai ser muito bom para o Algarve tê-lo como presidente do Turismo. Ele esperou até o final da recepção para nos levar até o carro e foi quem carregou as malas para dentro do meu carro. Acho que merece um bom elogio nisto tudo porque a Margaret, ao despedir-se, disse que ele representa aquilo que de melhor ela vê nos portugueses, a simpatia e a prestabilidade», elogiou Colette Kent.