A Biblioteca e o Mercado Municipal de Silves, acolhem na quinta-feira, dia 11 de julho, mais uma edição da Universidade «Pensar Global, Agir Local», organizada pela Associação In Loco, desta vez em parceria com a Câmara Municipal de Silves e Junta de Freguesia de Silves.
O programa da edição deste ano tem como tema «Produção: Um retrato do território» e pretende apresentar um retrato global da produção agroalimentar na atualidade, discutir o Estatuto da Agricultura Familiar – recentemente apresentado pelo governo, e propor, através de workshop’s e visitas a explorações agrícolas, uma reflexão com os pés na terra sobre formas eficazes de criar territórios mais sustentáveis.
Estarão presentes entidades representativas dos vários intervenientes setoriais: políticas públicas, produção, distribuição, consumidores, organizações da sociedade civil, segundo a In Loco, «para discutir o que produzimos e o que estamos e podemos fazer para criar territórios mais sustentáveis».
O evento contará ainda com um programa cultural em paralelo, onde serão organizadas ações de rua, demonstrações de gastronomia saudável e acessível e exibição de filmes comentados, em estreita articulação com o Mercado Fora D’horas.
Num panorama mundial marcado por um aumento da densidade populacional e subsequente alteração dos padrões alimentares, há uma clara predominância de formas de agricultura intensiva, consumidora de recursos naturais, prejudicial para os ecossistemas, com impacto negativo na produção familiar e aumento do consumo de produtos com maior pegada ecológica. São os agricultores de pequena escala, de base local, que produzem dentro das épocas de produção e consumo, com modelos compatíveis com uma agricultura sustentável, os mais prejudicados.
Na passada quinta-feira, dia 7 de junho, foi aprovado o Estatuto da Pequena Agricultura Familiar pelo Conselho de Ministros. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), «trata-se de um avanço positivo, uma vez que a agricultura familiar tem um papel importante no tecido social e na ocupação do território – 50 por centoda área agrícola nacional – e é responsável por quase metade da produção».
De acordo com o Ministro Luís Capoulas, «a resolução vem finalmente consagrar um conjunto de direitos a estes agricultores. E, quando tanto se fala em lutar contra o despovoamento, esta é uma forma de discriminação positiva para a agricultura familiar».
Esta iniciativa «pretende que estas preocupações e ações sejam postas na mesa. Lança-se, portanto, o apelo a todos os interessados e interessadas, sociedade civil organizada e não organizada, para que possam juntar-se à discussão neste dia de trabalhos».