O projeto do Genoma da Sardinha foi desenvolvido por uma equipa de investigadores do CCMAR (Centro de Ciências do Mar) da Universidade do Algarve, e do CIBIO (Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos) da Universidade do Porto.
Os investigadores descodificaram o genoma da espécie Sardina pilchardus, a sardinha que se pesca na costa portuguesa, e disponibilizaram toda a informação em bases de dados públicas para que as partes interessadas, nomeadamente a comunidade científica, as empresas e a administração pública, possam utilizar livremente aquela informação.
Este é também um exemplo de ciência aberta, em que os investigadores em vez de reterem os dados para si, os disponibilizam para que a comunidade científica os possam utilizar de imediato, acelerando assim o processo de descoberta. Os resultados da investigação podem ser consultados aqui.
«Estamos satisfeitos com os resultados deste trabalho porque sabemos que irá permitir estudos de gestão e conservação da sardinha que até agora não eram possíveis» refere Gianluca De Moro, investigador do CCMAR e um dos autores do estudo, em nota enviada à imprensa, hoje, segunda-feira, 15 de outubro.
A sardinha é um recurso que tem sido alvo de importantes e necessárias restrições de pesca de modo a acautelar a sua sustentabilidade e conservação.
Para Bruno Louro, investigador do CCMAR e outro autor deste estudo, «a importância estratégica da sardinha justifica um trabalho mais avançado que garanta uma gestão mais eficaz das suas populações. Estes resultados permitem, por exemplo, vir a definir com um rigor muito elevado os limites de cada população de sardinha, o que não era possível até agora. Nesse sentido, a esta equipa do CCMAR e CIBIO juntaram-se investigadores do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) para pôr em marcha um grande projeto da variação do genoma da sardinha e da sua aplicação na gestão dos seus mananciais de pesca».