Um painel alargado de profissionais ligados aos museus algarvios irá debater diversos temas, sob o chapéu de «Museus sem Reservas?» no próximo dia 17 de março, no Convento do Espírito Santo, em Loulé.
Esta é uma das iniciativas que assinala a primeira década de vida da Rede de Museus do Algarve (RMA), uma organização informal que reúne os profissionais da maioria dos museus, e outras estruturas e entidades da área do património cultural e natural da região algarvia.
Aos participantes é proposto «questionar os limites da atuação dos museus e dos seus profissionais no seio das suas comunidades», «descobrir e debater que tipo de reservas ou fronteiras mentais, científicas, culturais, sociais, económicas ou institucionais ainda permanecem e determinam a vida das estruturas museológicas e patrimoniais do Algarve, constituindo-se, ou não, como um obstáculo ao seu desenvolvimento», explicou a organização em nota de imprensa.
Durante o debate, que se prolonga o dia todo, haverá ainda a tentativa de «perceber se entre paisagens culturais e naturais, patrimónios, artes, saberes, o intenso ritmo e a complexidade da vida quotidiana, ainda há lugar para pensar, renovar, abrir ou transformar museus e, descobrir sem reservas, onde começa ou acaba a sua influência e responsabilidade».
Por fim, o Grupo Coordenador da RMA, composto pelos Museus de Portimão e do Traje (São Brás de Alportel), pelo Centro de Ciência Viva do Algarve (Faro), pelo Parque Natural da Ria Formosa e pelo Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela (Câmara Municipal de VRSA), pretende «antecipar constrangimentos», e, em paralelo, «abrir e propor novos modelos de atuação e respostas mais adaptadas à realidade e aos desafios contemporâneos das sociedades, perspetivando outros modos de trabalhar e agir sobre a visão e a missão dos museus».
Assim, às 9h30, a sessão de abertura conta com a participação de José Gameiro, do Grupo Coordenador da Rede de Museus do Algarve, Alexandra Gonçalves, diretora regional de Cultura do Algarve, e de Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal Loulé. Às 10h00, seguem-se as conferências de abertura «A Rede de Museus do Algarve, 10 Anos Depois», por Isabel Soares, do Museu de Portimão, e Dália Paulo, «Das Reservas Mentais às Reservas Materiais: Reinventar a Missão Comunitária dos Museus», por Luís Raposo, presidente do ICOM Europa.
O primeiro painel terá como tema «Experiências Inspiradoras», às 11h15, onde estão incluídas as comunicações «O Museu Regional do Algarve: Memórias e Transformações», por Marco Lopes, do Museu Municipal de Faro, «Amigos do Museu abrem novas dinâmicas», por Margarida Tengarrinha, do Grupo de Amigos do Museu de Portimão, «O Museu na minha vida», por Lin Cooper e Vânia Mendonça, do Grupo de Amigos do Museu de São Brás, «Reservas Visitáveis? Porque Não?», por Leonor Esteban, do Museu de Tavira, e «A Nossa Cultura Sai à Rua», por Ana Ramos, do Museu de Portimão.
O segundo painel, a partir das 14h30, será «Abrindo Caminhos de Futuro». Serão apresentados «Museus e Liberdade», por Emanuel Sancho, do Museu de São Brás, «Que Futuro para os Museus do Algarve?», por Jorge Queiroz, do Museu de Tavira, «Museus e Monumentos Musealizados no Algarve: (Di)Gerir as Diferenças», por Rui Pareira, da Direção Regional de Cultura do Algarve, e «Podem os Centros de Ciência Viva ser Exomuseus sem Reserva em Reservas Naturais?», por Cristina Veiga-Pires e Rita Borges dos Centros Ciência Viva do Algarve e de Tavira.
Para as 16h00, está marcada a conferência de encerramento «A Rede de Museus do Baixo Alentejo. Percurso e Novos Desafios», por Lígia Rafael, da Rede de Museus do Baixo Alentejo. José Gameiro apresentará, enquanto diretor científico do Museu de Portimão e presidente do Júri do EMYA, «Outros Tempos, Novos Museus?», às 16h20. As conclusões têm lugar às 17h00 por Emanuel Sancho, do Grupo Coordenador da Rede de Museus do Algarve.
A entrada nestas jornadas é livre, mas requer inscrição prévia através do email [email protected]